resoluções? para 2024


Não que eu tenha dado muito valor às “resoluções” que escrevi pra 2023. Ou que eu acredite muito nisso em geral, ou sequer na divisão do tempo contínuo em “anos”, ainda mais agora que eu sou uma mera empregada CLT e o fim de um ano corrido não é mais associável ao fim de um semestre universitário ou algo assim. Na prática agora é só um feriadão mesmo. Mas de qualquer maneira, aqui estão algumas vibes que eu estou manifestando pra “2024”.

  • Hobbies. Todos os hobbies possíveis, tudo que me der na telha, mas sem pressão pra continuar, sem pressão pra estabelecer algo que farei pelo resto da vida. Pode só ser algo que eu faço por um mês da vida. Mas sem gastar dinheiro em equipamento desnecessário enquanto eu tô começando. E sem tentar me tornar profissional em questão de semanas. Todos os hobbies possíveis, de maneira simples, pelo prazer de fazer e aprender.

  • Parar de roer as unhas. De novo. Mas com menos frustração, menos culpa, menos desse ciclo vicioso de ficar me esculachando quando não consigo e ficar mais ansiosa ainda. Pausar, respirar fundo e pensar sobre o que tá realmente me afligindo; parar de tentar soluções superficiais — estar sempre com a unha pintada não resolve; lembrar que eu tenho controle sobre o meu próprio corpo e eu consigo. Lembrar que eu não quero ficar com dor; não quero esconder as unhas pras pessoas não ficarem horrorizadas.

  • Terapia, levando muito a sério e fazendo o dever de casa. Porque falta tão pouco. Falar, de verdade, sobre aquilo, o probleminha raiz de todos os probleminhas. Falar mesmo, e depois pensar, não só empurrar pro fundo da mente enquanto me ocupo com os probleminhas consequentes. Pensar, ler, escrever, chorar, e falar. E racionalizar, porque quando os sentimentos me afogam, a razão é a única coisa capaz de me puxar de volta.

  • Amar. Ver minha namorada sempre que puder, e amar de longe quando não puder. Falar mais com a minha família, contar do que tem acontecido, pra eles saberem que fazem parte da minha vida mesmo tão de longe. Mandar mensagem pros meus amigos quando eu penso neles. Mandar atualizações com fotos com legendas, e vídeozinhos de bolinha no WhatsApp. Mandar cartões postais. Responder stories e responder as mensagens que me mandam.

  • Consumir menos (e produzir mais). Mas real, consumir menos. Menos roupas que eu não preciso, menos cacarecos baratinhos que fico acumulando em casa. Não cair em tentação — Barcelona tem muitas lojas muito bonitas e a galera do marketing sabe muito o que tá fazendo mas eu não preciso comprar tudo que é barato e nem ficar triste por não poder comprar tudo que é caro. Comprar só o que é necessário, e usar tudo que compro.

  • Gastar menos em coisas e mais em experiências. Repetir mais roupas, e ir ver mais concertos.

  • Ler. Livros, gibis, newsletters. Ler no metrô. Ler antes de dormir pra dormir melhor. Ler ao invés de ver reels, sempre que possível.

  • Me importar cada vez menos com a opinião de estranhos na rua. Usar roupas descombinando, priorizar conforto e apreciar estar confortável. Nunca mais voltar a usar sutiã. Patinar em público sem medo de cair e pagar mico.

  • E estender a mesma cortesia aos outros também: existir em público em paz comigo mesma e estar contente só de assistir pessoas sendo pessoas; julgar menos e apreciar mais. Ficar de coraçãozinho quentinho vendo pessoas sendo adoráveis no metrô.